10 09 PosImuno JEM NoticiaGostaríamos de parabenizar os membros do programa de Imunologia e Inflamação André Vale (IBCCF-UFRJ), Alberto Nóbrega (IMPG-UFRJ), Iranaia Assunção-Miranda (IMPG), Heitor de Paula-Neto (FF-UFRJ), Bruno Maia (técnico de Laboratório do IMPG), Luciana Conde (Egressa/Doutorado), e Rômulo Neris (Discente/doutorado), e recomendar a leitura do artigo  "The immunodominant antibody response to Zika virus NS1 protein is characterized by cross-reactivity to self", que tem como autores Cecilia B. Cavazzoni, Vicente B.T. Bozza, Tostes C.V. Lucas, Luciana Conde, Bruno Maia, Luka Mesin, Ariën Schiepers, Jonatan Ersching, Romulo L.S. Neris, Jonas N. Conde, Diego R. Coelho, Tulio M. Lima, Renata G.F. Alvim, Leda R. Castilho, Heitor A. de Paula Neto, Ronaldo Mohana-Borges, Iranaia Assunção-Miranda, Alberto Nobrega, Gabriel D. Victora, Andre M. Vale, recentemente publicado na prestigiosa revista The Journal of Experimental Medicine (2021, 218(9):e20210580, https://doi.org/10.1084/jem.20210580).
 
O grupo liderado pelo prof André Vale e colaboradores demonstram que a proteína NS1 do ZIKV apresenta imunodominância antigênica, sendo capaz de gerar uma potente resposta nos centros germinativos dominada por clones de linfócitos B auto-reativos em resposta `a infecção e em processos de imunização. Estes achados têm importantes implicações tanto em relação aos mecanismos básicos do funcionamento do sistema imune quanto em relação aos mecanismos patogênicos das infecções por flavivírus.

O artigo foi objeto de um interessante comentário na revista. Confira AQUI o comentário.

10 09 PosImuno Confira NoticiaGustavo da Silva Oliveira, sob orientação da Profª. Elvira M. Saraiva, desenvolveu como projeto de tese estudo sobre:

Redes de DNA extracelular de neutrófilos (NETs) induzidas por laminina, fibronectina e colágeno isoladamente ou em associação com promastigotas de Leishmania amazonenses

Diferentes estímulos recrutam neutrófilos (Nθ) da corrente sanguínea, que migram através do endotélio atingindo o tecido, onde desempenham mecanismos microbicidas como fagocitose, degranulação e a liberação das armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs). Essas etapas ocorrem em íntimo contato com proteínas da membrana basal (BM), matriz extracelular (MEC), onde as lamininas, fibronectina e colágeno são abundantes. Aqui, investigamos as interações entre Nθs e diferentes isoformas de laminina (LM), fibronectina e colágeno analisando a liberação das NETs. Nossos resultados demonstraram que Nθs estimulados com as LM-111, 211, 332, 411, 421 e 511, liberaram NETs. O mesmo aconteceu quando Nθs interagiram com LM 111, 411 e 511 polimerizadas. NETs liberadas por LM foram parcialmente inibidas pelo pré-tratamento dos Nθs com o anticorpo anti-integrina α6, redução de 37%, 32% e 35% quando estimulados com LM-111, -411 e -511, respectivamente. A liberação das NETs por LM-511 ocorreu de forma dependente das espécies reativas de óxigênio (ERO), enquanto a liberação induzida pela LM-411 foi independente de ERO. Além disso, as NETs liberadas pelas LMs foram dependentes da elastase e da peptidilarginina deiminase (PAD)-4, enzimas que participam do processo de descondensação da cromatina. Mostramos que LM-111, 411 e -511 apresentam efeito sinérgico sobre as NETs induzidas por promastigotas de Leishmania amazonensis. NETs induzidas por LM-511 apresentam papel leishmanicida. Nos testes com fibronectina plasmática (FNp) e tecidual (FNt) em solução ou adsorvidas à placa na ativação dos Nθs, observamos que apenas a FNt adsorvida foi capaz de induzir NETs, que são reduzidas quando Nθs são pré-tratados com a sequência de aminoácidos arginina-glicina-aspartato (RGD). Colágeno tipo I e IV não induziram a liberação de NETs. Nossos dados revelaram que a LM e FNt podem contribuir para o mecanismo de liberação das NETs pelos Nθs, cujo impacto no curso da inflamação ou infecção necessita de mais estudos. Palavras-chave: laminina, redes extracelulares de neutrófilos (NETs), Leishmania amazonensis.

27 07 noticia 2 2Juliana da Costa Silva desenvolveu como projeto de tese o estudo sobre:

MECANISMOS ENVOLVIDOS NA INDUÇÃO DA NETOSE EM RESPOSTA AO FUNGO Aspergillusfumigatus E O PAPEL DAS NETS NA ASPERGILOSE EXPERIMENTAL.

Aspergillusfumigatus (A. fumigatus) é um fungo saprofítico capaz de causar doenças a humanos, sendo a neutropenia um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da aspergilose pulmonar invasiva. Neutrófilos são capazes de liberar NETs (NeutrophilExtracellularTraps) em resposta ao A. fumigatusinibindo assim, a germinação do conídio desse fungo. Neste trabalho foi observado que os receptores TLR2, TLR4 e Dectin-1 não estão envolvidos na liberação de NETs em resposta ao A. fumigatus. No entanto, a participação de CD11b/CD18 é crucial para a liberação de NETs em resposta aos conídios desse fungo, e isso depende do reconhecimento mediado pelo domínio I de CD11b, enquanto o bloqueio do domínio de lectina dessa molécula não afetou a liberação de NETs. A liberação de NETs frente ao A. fumigatusenvolve atividade das proteínas Syk, Srccinase(s), PI3K classe IA δ e AKT, mas não envolve a atividade de PKCs. Esta resposta requer ageração de ROS pela NOX2 e isto ocorre de forma dependente de CD11b/CD18 (Mac-1), da ativação de Srccinase, Syk e PI3K classe IA δ e AKT. Embora o desafio com A. fumigatuspromova citrulinação de histonas, este processo é dispensável para a liberação de NETs em resposta aos conídios desse fungo. Em um modelo experimental de aspergilose pulmonar, camundongos infectados com A. fumigatusapresentam estruturas de redes de DNA em proximidade a conídios, além disso, a administração de DNAseI resulta em aumentada mortalidade no modelo de aspergilose experimental pulmonar. Nossos resultados demonstram a via de sinalização envolvida na liberação das NETs em resposta ao A. fumigatuse um possível papel dessas NETs em um modelo experimental de aspergilose pulmonar.

Palavras-chave: Aspergillusfumigatus, CD11b/CD18/Mac-1, Neutrophilextracellulartraps, Neutrófilos, PAD4.

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15 07 PosImuno NOTICIA Confira as diferenças da reposta imune contra 1No episódio 5 da 4ª Temporada, vamos conversar sobre as diferenças entre a reposta imune contra o SARS- CoV-2 de indivíduos do sexo masculino e feminino, entre outras coisas.

Você pode ouvir os episódios do Microbiando através do Orelo, iTunes, Spotify, Google Podcast, TuneIn e outros aplicativos de podcasts, além do Portal de divulgação científica A Ciência Explica, acesse AQUI o link.

Vamos lá?! Aperte o play e aproveite.

27 07 noticia 2O vírus da Zika foi responsável pela epidemia de doença viral infecciosa nas Américas em 2015, incluindo o Brasil. Este vírus é transmitido aos seres humanos principalmente pela picada de mosquitos infectados e pode levar ao desenvolvimento de um quadro febril similar àquele causado pela infecção com o vírus da Dengue. Todavia, os casos graves de infecção pelo vírus da Zika são marcados por danos neurológicos em uma parcela considerável de recém-nascidos infectados – causando a microcefalia ou síndrome congênita, assim como numa minoria dos cerca de 20% de adultos infectados que manifestam sintomas da doença. Entre os anos de 2016 e 2018, a comunidade científica já havia chegado ao entendimento de que o desenvolvimento de células produtoras de anticorpos contra o vírus do Zika é crucial para o controle da infecção. Apesar disso, os mecanismos de controle da produção de anticorpos em indivíduos infectados com o vírus da Zika não eram compreendidos até então. O trabalho desenvolvido durante o curso de doutorado do aluno Jamil Kitoko pelo programa de pós-graduação em Imunologia e Inflamação da UFRJ mostrou que a resposta eficaz de células produtoras de anticorpos depende da ativação de um outro tipo celular, os linfócitos T CD4 auxiliares. Foi visto em modelo de infecção com o vírus da Zika em camundongos adultos que a produção de anticorpos específicos contra o vírus é prejudicada na ausência de linfócitos T CD4 auxiliares. Além disso, animais que não desempenham uma resposta imune apropriada contra o vírus apresentam uma doença mais grave - evidenciado pela presença maciça de células inflamatórias e do vírus no cérebro, quando comparado àqueles que apresentam linfócitos T CD4 auxiliares protetores. Também foi revelado neste estudo um potencial mecanismo pelo qual os linfócitos T CD4 auxiliares estariam controlando o desenvolvimento das células produtoras de anticorpos, através da produção da proteína denominada interferon gama. Os linfócitos T CD4 auxiliares são sabidamente um dos principais produtores de interferon gama no curso de infecções virais e foi visto neste trabalho que a interrupção da ação desta proteína junto ao seu receptor também reduz a produção de anticorpos contra o vírus da Zika em animais. Este conjunto de resultados foi publicado em 2018 na revista NATURE COMMUNICATIONS, com a coautoria da doutora Carolina Lucas, além de ter composto a tese de doutorado do referido aluno defendida em meados de 2020, sob a orientação dos professores Marcelo Bozza e Priscilla Olsen. O trabalho teve ainda a colaboração de diferentes laboratórios nacionais e internacionais, além de financiamentos diversos – dentre os quais o da CAPES. A outra parte da tese foi possível com a colaboração dos pesquisadores Hernandez Silva e Juan Lafaille da Universidade de Nova Iorque e Daniel Mucida da Universidade de Rockefeller e levou a identificação dos macrófagos como as principais células do sistema imune infectadas pelo vírus da Zika no início da infecção no cérebro. De modo original, estes macrófagos foram caracterizados utilizando técnicas avançadas de imagem 3D do cérebro inteiro, tendo sido observada uma ampla abrangência destas células em diferentes áreas do parênquima cerebral, usualmente margeando vasos sanguíneos. Estudos futuros devem avaliar qual o papel dos macrófagos na infecção e inflamação cerebral causadas pelo vírus da Zika. Por fim, os resultados do trabalho indicam que o papel crítico dos linfócitos T CD4 auxiliares na proteção contra o vírus da Zika deve ser considerando no processo de desenvolvimento de vacinas que visem induzir a produção de anticorpos protetores e consequentemente prevenir a doença causada pelo vírus da Zika.

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